Seminário promove o trabalho e valorização do trabalhador em tempos de inovação tecnológica
A necessidade de fortalecimento do diálogo entre trabalhadores e empregadores com vistas ao enfrentamento dos desafios impostos pela revolução tecnológica. A qualificação e requalificação profissional como principal instrumento para a garantia da empregabilidade. O futuro do trabalho num cenário de constantes mudanças. O panorâmico econômico brasileiro.
Estes foram os principais focos de discussão do seminário promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as principais centrais sindicais de trabalhadores, entre elas a União Geral dos Trabalhadores (UGT), no último dia 24, no Museu do Amanhã, no Centro do Rio.
Economista para o mercado de trabalho da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Priscila Fialho afirmou que a falta de competências é um dos obstáculos à inovação, pois, na sua opinião, "há mais resistências à modernização e para que o trabalhador esteja continuamente em formação”.
A ideia de promover maior investimento na qualificação profissional para a garantia da empregabilidade foi compartilhada pelo diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi. Ele acredita que novas tecnologias, como os robôs, não respondem pela redução de empregos.
Lucchesi citou exemplos de países onde a adoção de robôs não resultou em demissões. Entre eles, a Coreia do Sul que possui 631 robôs para cada 10 mil habitantes e baixos índices de desemprego. No Brasil, afirmou ele, 12% da população estão desempregados e o país possui apenas 10 robôs por 10 mil habitantes.
Representantes legais dos trabalhadores brasileiros, as centrais sindicais e entidades como o Sindicato dos Trabalhadores e Profissionais de Turismo (Sintur), na ocasião representado pela presidente Maria Rosalina B. Gonçalves (Rosa), se revelaram preocupados com o futuro do trabalho. Juntas, somam esforços para promover maior nível de conscientização sobre o necessário fortalecimento da classe trabalhadora, das entidades que as representam e de maior interação e conhecimento das ações empreendidas no sentido da valorização do trabalho e do trabalhador.
Ao final do seminário, os participantes se reuniram para construir um documento conjunto com propostas que promovam mais empregos, a valorização do trabalho e o crescimento da atividade industrial. A ideia é apresentá-lo aos deputados federais em Brasília.